TECNOLOGIA: AMIGAS OU
INIMIGAS?
Segundo Gagné, citado em Aurichio (1971), tecnologia
educacional pode ser definida como: “... o desenvolvimento de um conjunto de
técnicas sistemáticas e dos conhecimentos práticos para planejar, testar e
fazer funcionar as escolas como sistemas educacionais” (Aurichio, 1971, p.
165).
Já Coombs, citado por Chadwick (1980), afirma por
sua vez que: “A tecnologia educacional é um campo envolvido em facilitar a
aprendizagem humana através da identificação sistemática, desenvolvimento,
organização e utilização de uma grande quantidade de recursos da aprendizagem e
sobre o manejo desses recursos” (Chadwick, 1980, p. 98).
Nesta apostila, iremos
nos concentrar no estudo da contribuição da tecnologia para educação, tendo-se
em vista principalmente implicações pedagógicas no que diz respeito à
contribuição desta aprendizagem significativa e de qualidade. Entende-se que
didática e tecnologia não são inimigas, mas áreas que podem e estão sendo
combinadas em prol de um ensino de melhor qualidade.
Defende-se a
necessidade, apesar das inúmeras dificuldades junto à comunidade escolar, da
elaboração de projetos interdisciplinares, que utilizam a tecnologia, haja
vista nosso comprometimento na contribuição de corroborar para a formação
atualizada de cidadãos conscientes de seus papéis na sociedade, aptos à
participação e transformação da sociedade.
É importante ressaltar,
no entanto, que o estudo e o levantamento bibliográficos aqui realizados, de
forma nenhuma pretendem esgotar as possibilidades existentes da temática,
principalmente por sua constante atualização e mutação, mas permitir uma ideia
do retrato atual das possibilidades constatadas como também levantar dados e
direcionar para um futuro estudo e aprofundamento.
IMPORTÂNCIA DOS
RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO
Inicialmente, o acesso
à informação se efetivava a partir da linguagem oral. Com o aparecimento da
imprensa (século XV), surge a linguagem escrita, enquanto fonte de informação e
comunicação. No século XVIII, com o advento da tecnologia industrial, o
trabalho manual é realizado por máquinas na indústria e/ou agricultura.
Na atualidade, o uso da
tecnologia cada vez mais avançada corrobora para transformações radicais na
sociedade, social, cultural, econômica e politicamente falando.
Apesar de tamanha
contribuição, o relacionamento com a nova tecnologia não está de acordo com o
desenvolvimento e a sofisticação proporcionados por ela, desconhece-se sua ,utilização,
seus benefícios, além dos mitos com relação à utilização dos recursos
tecnológicos.
A produção cultural
oriunda da linguagem cultural, proporcionada pelas transformações geradas pelos
recursos tecnológicos, é notória, contribuindo para a socialização dos
conhecimentos, além das novas formas de comunicação.
Mas escola hoje continua mantendo e preservando os conhecimentos que
foram transmitidos aos nossos avós. A aprendizagem ainda está fundamentada em
regras, métodos, habilidades de conhecimentos já definidos e conhecidos pelos
professores.
A partir da repetição do que se encontra nos livros e/ou transmitido
pelos professores, os alunos são aprovados. Levar o aluno a pensar, criar, a
inovar ainda é comprometimento de algumas escolas.
Na opinião de Garcia (1997), é necessário que a escola “... se torne não
lugar de treinamento, mas um ambiente de formação do presente renovado que, sem
desprezar as tradições, cria as bases das novas tradições para um novo futuro
vislumbrado, mas já de certa maneira visualizado.” (Garcia, 1998, p. 173)
Deve-se resgatar a formação do ser integral, holístico, o que implica a
valorização e a difusão dos valores reais, educacionais de um futuro próximo ou
mais distante.
O processo ensino–aprendizagem, fundamentado na declaração mundial sobre
a educação da UNESCO, Organização Cultural Científico e Educacional das Nações
Unidas, enfatiza os pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
viver com os outros e aprender a ser enquanto objetivos prioritários.
Considerando-se o avanço tecnológico, não se consegue mais ensinar todas
as respostas certas, por melhor que seja o professor.
A construção do conhecimento, o saber-buscar, por parte do aluno, é o
nosso grande desafio, habilitando-o a enfrentar situações inesperadas,
encontrando soluções oriundas de tais situações para a tomada de decisões necessárias.
Cabe ao professor o papel de um motivado pesquisador de temas,
considerando a mutação de conhecimentos, selecionador dos saberes oferecidos
por opção dos educandos.
Levando-o à compreensão das mudanças no mundo e como diz Huxley, no seu
Admirável Mundo Novo, mundo que já nos parece tão velho: ... toda mudança
ameaça a estabilidade.
”...o professor que será gestor de mudanças, numa
área prioritária que há de formar, ensinar e de ensinar a aprender, não poderá
ser aquele que ganha salários indignos e que na maior parte do seu tempo corre
de um lado para o outro para conseguir viver dignamente” (Garcia, E. e Niskier,
A., 1998, p. 185-188).
O professor se vê agora como coprodutor do
conhecimento, devendo criar situações onde os alunos se sintam estimulados a
examinar seus pensamentos e buscar processos, orientando a busca, coleta,
registro e análise de dados, levando à reflexão sobre as informações e seu
processo de estruturação do pensamento, estimulando assim a construção de seus
próprios significados.
ATIVIDADE:
Considerando o texto
acima e as leituras sugeridas responda:
1 - A Internet é um cenário de intensas discussões quando o assunto é
relações interpessoais e socialização. Para algumas pessoas, a Internet
favorece a formação de comunidades virtuais, amplas. Livres das barreiras
geográficas e culturais.
Já para outros, a Internet leva ao individualismo, acentuando o
isolamento e a alienação dos indivíduos das relações sociais reais.
Qual sua opinião sobre essas colocações? Justifique sua resposta.
2 - O ensino por correspondência e a internet
podem ser considerados exemplos de tecnologia educacional?
3 - Como podemos entender a tecnologia educacional?
4 - De que maneira é importante que as
informações da internet sejam trabalhadas na escola?
5 - Você já participou de alguma qualificação em
Tecnologia Educacional?
SUGESTÃO
DE LEITURA:
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
AURICHIO, Ligia. O Manual de Tecnologia
Educacional. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1971.
CANDAU, Vera M. Informática na Educação: Um
desafio. Tecnologia Educacional. Petrópolis: Vozes, 1986.
DEMO, Pedro. Os desafios atuais para a Tecnologia
Educacional. Rio de Janeiro: ABTE, 1980.
DERTOUZOS, M. O que será? Como o novo mundo da
informação, transformará nossa vida? São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
DIMENSTEIN, G. O aprendiz do Futuro. São
Paulo: Ática, 1998.
FERREIRA, Sandra L. Introduzindo a noção de
interdisciplinaridade. In LUCENA, Marisa. Um modelo da escola aberta na
Internet: Kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997.
PRETTO, N. Folha Dirigida. Rio de Janeiro:
1996 (edição especial).
RITTO, Antônio C. A & MACHADO FILHO, Nery. A
caminho da escola virtual: um ensaio carioca. Rio de Janeiro:
Consultor, 1995.
RISCHBIETTER, Lúcia. Artigo Educação com
Informática. São Paulo: Revista VEJA, 30/09/1998.
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