EMENTA:
Didática
e criatividade. Brincar e aprender. Planejamento, didática e
metodologia aplicados em diferentes áreas da educação inclusiva.
INTRODUÇÃO:
A
universalização do acesso às escolas por meio da inclusão é uma ação política,
cultural, social e pedagógica, iniciada como uma forma de garantir o direito de
todos os educandos de participarem de atividades escolares e aprenderem juntos,
sem que haja qualquer tipo de discriminação.
A
inclusão educacional abrange o reconhecimento e o atendimento às diferenças de
qualquer aluno que possua dificuldades de aprendizagem, sejam elas causadas por
fatores internos ou externos, temporárias ou permanentes.
A
dignidade humana é construída pela integração e pela participação direta no
respeito aos direitos humanos, na igualdade de oportunidades e no compromisso
que a sociedade estabelece com os indivíduos que a compõem. Deve haver
convicção para se construir uma sociedade inclusiva, norteada por princípios
que acolham as necessidades de todos, propiciando a superação das diferenças e
das desigualdades.
Deve-se
fazer menção a grupos que sofreram e ainda sofrem a exclusão física e simbólica
ao longo da historia: moradores do campo, de regiões ribeirinhas, populações
indígenas, jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização em idade
própria, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, pessoas com
necessidades especiais, que por diversos motivos, evadiram do ambiente escolar.
HISTÓRICO
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL:
Cada
período foi construído com valores, atitudes, concepções, visões, metáforas,
imagens, conotações predominantes no contexto social, político e cultural, no
qual a pessoa com ou sem deficiência encontra-se inserida.
a)
IDADE ANTIGA – 3.500 a.C à 476 d.C:
Etapa
do Extermínio. Na Roma e Grécia Antiga, a pessoa com deficiência era
exterminada ou abandonada, não representando problema de natureza ética ou
moral. Visava a disciplina militar, não admitindo-se indivíduos com poucas
habilidades. O ideal era “mens sana in corpore sano”, ou seja, a sabedoria
dominaria o corpo e lhe traria toda a beleza de que precisasse para homens
guerreiros.
b)
IDADE MÉDIA – 476 d.C à 1.453 d.C:
Etapa
Filantrópica: o Cristianismo se deu com a constituição e fortalecimento da
Igreja Católica e o surgimento do Clero. Pelos ideais cristãos pessoas doentes,
defeituosas ou mentalmente afetadas não podiam mais ser exterminadas. A
educação era religiosa com formação para guerras e artes. As pessoas com
deficiência deixam ser consideradas coisas para serem filhos de Deus, sendo
abrigadas em asilos, conventos e igrejas.
c)
IDADE MODERNA – 1.453 d.C à 1.789 d.C:
Etapa
Científica: Ações de tratamentos médicos eram desenvolvidas para pessoas com
deficiência. Serviam de tese de desenvolvimento para ações de ensino para
pessoas com deficiência.
d)
IDADE CONTEMPORÂNEA – 1.789 d.C aos dias de hoje:
Noção
de normal e normalidade no século XVIII e XIX. Evolui da compreensão de ser uma
pessoa limitada mas com potencialidade, capaz, para pessoas com possibilidades
de aprendizagem. Desenvolveram-se alternativas para os alunos que, em função de
suas necessidades educacionais não conseguem se desenvolver no sistema regular
de ensino.
-
Anos 60 a 80: Etapa da Integração – princípios normatizadores:
individualização, normalização e a integração.
-
Anos 70 a 80: Consolidação da integração. Trabalha-se com o aluno com
deficiência fora do contexto social, para depois de ‘pronto’ buscar integrá-lo
na sociedade.
-
Anos 90: Etapa da Inclusão: a estrutura educacional existente deve ser
eficiente para atender a todos, nos seus diferentes níveis de ensino. A Escola
e Educação buscam apoio para trabalhar a diferença, sem tirá-la do contexto
social.
DOCUMENTOS
NORTEADORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL:
01)
EM AMBITO INTERNACIONAL:
a)
Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU/1948.
b)
Declaração Mundial de Educação para Todos – UNESCO/Tailândia – 1990.
c)
Declaração de Salamanca – ONU/1994 na Espanha.
d)
Convenção da Guatemala – Definição de discriminação.
02)
EM AMBITO NACIONAL:
a)
Constituição Federal de 1988: Art.208, III, VII; Art. 227, II.
b)
Lei n. 7.853/89 – CORDE
c)
Lei n. 8.069/90 – ECA
d)
Lei n. 9.394/96 – LDBN: Art. 58.
e)
Decreto n. 3.298/99 – Política Nacional para a Integração da Pessoa com
Deficiência.
f)
Portaria MEC n. 1679/99
g)
Lei n. 10.098/00 – Critérios para a promoção de acessibilidade.
h)
Lei n. 10.721/01 – Plano Nacional de Educação.
i)
Decreto n. 2.956/01 – Convenção Internacional para a Eliminação de todas as
formas de Discriminação contra a Pessoa com Deficiência.
j)
Resolução n. 02/01 – CNE – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica.
l)
Portaria n. 555/2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE
m)
Decreto n. 6.094/07 – Compromisso de Todos pela Educação.
METODOLOGIA
E ADAPTAÇÕES CURRICULARES:
Objetivo:
Buscar alternativas educacionais nas quais o currículo seja o agente
modificador do processo educacional, visando estar o próximo possível da
realidade do aluno, num espaço democrático, na perspectiva de uma política
pública de educação inclusiva com igualdade e participação de todos.
O
que: Trata-se do estudo e compreensão da história da Educação Especial, suas
ações pedagógicas e estratégicas para o trabalho dos alunos com ou sem
necessidades educacionais especiais, previstas na LDB, destacando que sua
implementação necessita do preparo das escolas, professores e comunidade.
O
currículo é o projeto que determina os objetivos da educação escolar e sugere
um plano de ação adequado para a execução desses objetivos. Supõe selecionar
tudo aquilo que e possível ensinar em um determinado espaço educativo. O currículo
especifica como, quando e o quê ensinar, como e quando avaliar.
A
concepção de currículo inclui desde os aspectos básicos, que envolvem
fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação, até os marcos teóricos e
referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula.
Reflete, também, todas as experiências em termos de conhecimento que será
proporcionado aos alunos de um determinado curso.
Visões
sobre o currículo:
a)
Visão tradicional: é pautada em procedimentos, técnicas e métodos preocupados
com a transmissão de “conhecimentos sistematizados” e com a sua fixação por
meio de atividades meramente mecânicas por parte do professor e do aluno. Os
conteúdos são selecionados de forma acrítica, sem uma contextualização com a
realidade e, na maioria das vezes, desprovidos de sentido para os alunos,
concebidos como meros receptores do conhecimento. Neste o conteúdo está
submetido ao método, reduzido a técnicas, recursos e procedimentos didáticos
b)
Visão crítica: é compreendido na sua amplitude cultural e histórica, em que
alunos e professores são sujeitos interativos, orientados por princípios e
metas, intencionalmente voltados para a dialética do saber. As relações entre
conteúdo e método constituem uma unidade de entrelaçamento da função educativa
e da participação social.
Já
o conteúdo são os conhecimentos e os valores como fio condutor da ação
pedagógica em uma atividade objetiva de relevância social e humana, norteada
pela estrutura particular de cada disciplina ou área de conhecimento, visando a
captar os processos psicológicos pelos quais alunos e professores se apropriam
dos saberes e os processos pelos quais a mediação entre objeto e sujeitos do
conhecimento se faz presente.
O
professor assume o papel de mediador dessa relação, em que a interação e a
intervenção constante possibilitam o avanço do aluno no seu processo de
desenvolvimento e de conhecimento do mundo, garantindo, assim, uma participação
social e plena.
Currículos
inclusivos são baseados em uma visão de aprendizagem como algo que acontece
quando os alunos estão envolvidos ativamente em compreender suas experiências.
São constituídos de forma flexível para permitir não somente adaptações, mas
também modificações para atender às necessidades individuais dos alunos e aos
estilos de trabalho próprios de cada professor.
ADAPTAÇÕES
CURRICULARES:
As
adaptações curriculares são os ajustes e modificações que devem ser feitos nas
diferentes instâncias curriculares para responder às necessidades de cada
aluno, favorecendo as condições que lhe são necessárias para se efetivar o
máximo possível a aprendizagem.
Deverão
considerar as características individuais dos alunos, as áreas prioritárias a
serem apoiadas, os tipos de apoio mais eficientes para responder às
necessidades do
aluno,
em quais situações o apoio deve ser disponibilizado, e como proceder em relação
a isso, que profissionais participarão, bem como quais as funções e
responsabilidades que caberão a cada um.
Classificam-se em:
1)
Adaptações de Grande Porte:
São
as adaptações significativas. Dão-se nas seguintes modalidades: organizativas,
objetivos de ensino, conteúdo, avaliação, método de ensino, temporalidade. A
escola regular precisa promover as modificações que forem necessárias para
atender às necessidades de seus alunos:
•
acesso ao currículo;
•
participação integral, efetiva e bem sucedida em uma programação tão comum
quanto possível;
•
a consideração e o atendimento de suas peculiaridades e necessidades especiais
no processo de elaboração: a) do plano municipal de educação; b) do projeto
político da escola; c) do plano de ensino do professor.
As
adaptações de grande porte dividem-se em:
a)
Adaptações de objetivos: a possibilidade de eliminar objetivos ou de introduzir
objetivos específicos, complementares e/ou alternativos, como forma de
favorecer aos alunos com deficiência a convivência regular com seus pares,
beneficiando-se das possibilidades educacionais disponíveis.
b)
Adaptações de conteúdo: as outras formas de adaptações curriculares de grande
porte, determinadas pelas adaptações dos objetivos já realizados previamente.
c)
Adaptações do método de ensino e da organização didática: a adoção de métodos
bastante específicos de ensino.
d)
Adaptações do sistema de avaliação: a introdução de critérios específicos de
avaliação e a eliminação de critérios gerais, a adaptação de critérios
regulares de avaliação e a modificação dos critérios de promoção, que devem ser
retomados em novo processo de ensinar não tendo como função principal
classificar o “melhor” ou “pior” da sala.
e)
Adaptações de temporalidade: os ajustes no tempo de permanência do aluno em uma
determinada série/ciclo, sem que exista prejuízo quanto à sua idade/ série.
2)
Adaptações de Pequeno Porte:
Não
são adaptações significativas. Também podem ser efetivadas nas mesmas
modalidades, mas de responsabilidade direta do professor regente. Dizem
respeito às ações sob a responsabilidade do professor nos componentes curriculares
desenvolvidos em sala de aula, sem que para isso necessitem de decisões ou
autorização de instâncias superiores, enquanto tal procedimento fizer parte da
sua área de competência.
As
adaptações de pequeno porte dividem-se em:
a)
Adaptações de objetivos: se referem a ajustes que o professor deve fazer nos
objetivos pedagógicos que constam no seu plano de ensino, de forma a adequá-los
às características e condições dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
b)
Adaptações de conteúdo: Os tipos de adaptações de conteúdo podem ser:
priorização de tipos de conteúdos, priorização de áreas ou unidades de
conteúdos, reformulação da sequência ou, ainda, eliminação de conteúdos
secundários, acompanhando as adaptações propostas para os objetivos educacionais.
c)
Adaptações do método de ensino e da organização didática: procurar as
estratégias que melhor respondam às características individuais de cada aluno
faz parte do ato de ensinar
d)
Adaptações do sistema de avaliação: necessárias, para atender às necessidades
especiais dos alunos, adaptações no processo de avaliação, modificando técnicas
ou os instrumentos utilizados.
e)
Adaptações de temporalidade: o professor pode organizar o tempo das atividades,
dependendo da necessidade especial de cada aluno.
3)
Modalidades de apoio:
São
recursos e estratégias que promovem o interesse e as capacidades das pessoas,
bem como oportunidades de acesso a bens e serviços, informações e relações no
ambiente em que vive.
Classificam-se
em:
a)
Serviços especializados: de natureza pedagógica e/ ou terapêuticos ofertados
fora do contexto regular de ensino, substituindo os serviços educacionais
comuns. Incluem-se, neste caso, as iniciativas das organizações governamentais
e não governamentais. Compõem esses serviços: classe especial, escola especial,
classes hospitalares, atendimento pedagógico domiciliar.
b)
Serviços de apoio pedagógico especializado: de natureza pedagógica ofertados no
contexto da escola regular para atender às necessidades educacionais especiais
dos alunos. Destacam-se: sala de recurso, centro de atendimento especializado,
profissional interprete, interprete de surdo, professor de apoio permanente –
área da deficiência neuromotora, classe comum, itinerância.
ALUNOS
ATENDIDOS:
a)
Deficiência auditiva: surdez e deficiência auditiva.
b)
Deficiência visual: cegueira e visão reduzida.
c)
Deficiência física
d)
Deficiência mental/intelectual
e)
Deficiência múltipla
f)
Altas habilidades/superdotação: Notável desempenho e elevada potencialidade em
qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados.
g)
Transtornos globais de desenvolvimento: alterações qualitativas nas interações
sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades
restrito, estereotipado e repetitivo, que dificulta o acompanhamento das atividades curriculares.
BIBLIOGRAFIA:
PORTELLA,
A. B. P. Metodologia e Adaptações Curriculares.
Paraná. 2011. Material da aula da disciplina Metodologia e Adaptações
Curriculares, ministrada no curso de pós-graduação lato sensu televirtual em
Libras – Faculdade Educacional da Lapa |EADCON.
ATIVIDADE:
Com
o apoio da seguinte leitura (http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=7&ved=0CGEQFjAG&url=http%3A%2F%2Feducacao.caxias.rs.gov.br%2Ffile.php%2F7%2Fseminario%2Fadaptacao_curricular_na_escola_da_diversidade.ppt&ei=5FfFUJbfOJK89QTdhoDIDg&usg=AFQjCNGDEiUNz5Ef8TlB40Yy48jAyFst-A&sig2=wRXkiqAQfn8mrOj7V4SkdA),
elabore um plano de aula para alunos com NEE – Necessidade Educacional
Especial.
O
planejamento da aula deve contemplar os seguintes itens:
·
Quais recursos didáticos utilizados
·
Metodologia/aplicação – Justifique a metodologia
·
Que os objetivos da aula sejam claro e estejam
de acordo com a idade/serie
·
Instrumentos avaliativos
·
Criatividade
·
Originalidade
SUGESTÃO DE LEITURA:
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