INTRODUÇÃO:
O discurso é “um lugar
de investimentos sociais, históricos, ideológicos, psíquicos, por meio de
sujeitos interagindo em situações concretas” (CARDOSO 2005, p.21). Para Orlandi
(2005, p.85) ”[...] o discurso é feito de sentido entre locutores [...].
Por Gabriella
Porto
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A Análise do Discurso é uma prática da linguística no campo da
Comunicação, e consiste em analisar a estrutura de um texto e
a partir disto compreender as construções ideológicas presentes no mesmo.
Michel
Foucault descreveu a Ordem do Discurso como uma
construção de características sociais. A sociedade que promove o contexto do discurso
analisado é a base de toda a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e
qualquer elemento que possa fazer parte do sentido do discurso. O texto só pode
assim ser chamado se o seu receptor for capaz de compreender o seu sentido, e
isto cabe ao autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contexto da
construção de seu discurso. É a relação básica para a existência da comunicação
verbal: emissão – recepção – compreensão.
A partir na análise de todos os aspectos do discurso chega-se
ao mais importante: o sentido. O sentido do discurso não é fixo, por vários
motivos. Pelo contexto, pela estética, pela ordem do discurso, pela sua forma
de construção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto para a
possibilidade de interpretação do seu receptor. O efeito do discurso é,
claramente, transmitir uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado através
da interpretação e interpelação do indivíduo alvo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Análise_do_Discurso
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/notas-introdutorias-analise-do-discurso-fundamentos.html
http://www.discurso.ufrgs.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Análise_do_Discurso
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/notas-introdutorias-analise-do-discurso-fundamentos.html
http://www.discurso.ufrgs.br/
ATIVIDADE:
Casal é tudo igual
Luís Fernando
Veríssimo
Ele: - Alô?
Ela: - Pronto.
Ele: - Voz estranha… Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas…
… Silêncio ….
Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone…
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço… Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite…Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções…
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo… As poucas coisas que eu achava que estavam certas… Isso também era errado!?
Ela - Evidente, a gente não conversava nunca…
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
Ela: - E vocês são de Saturno!
…Silêncio…
Ele: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra me dizer o que devo fazer…
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal..
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável…
Ela: - Pronto.
Ele: - Voz estranha… Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas…
… Silêncio ….
Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone…
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço… Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite…Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções…
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo… As poucas coisas que eu achava que estavam certas… Isso também era errado!?
Ela - Evidente, a gente não conversava nunca…
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
Ela: - E vocês são de Saturno!
…Silêncio…
Ele: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra me dizer o que devo fazer…
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal..
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável…
Sinceramente, eu não sei o que faria
sem você. Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um bando de
marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente o meu grande
objetivo na vida?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo! …Silêncio…
Ele: - De onde está falando?
Ela: - 578 9922
Ele: - Não é o 579 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.
Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.
Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte… Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre… 22 caras correndo atrás de uma bola… Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena… O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto…
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também.Você não gostaria de…
Ela: - Adoraria!
….Ele dá o endereço.
Ela: - Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
Ele: - Então? É pegar ou largar.
Ela: - Tô passando aí, Ronaldo.
Ele: - Combinado, vizinha.
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo! …Silêncio…
Ele: - De onde está falando?
Ela: - 578 9922
Ele: - Não é o 579 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.
Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.
Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte… Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre… 22 caras correndo atrás de uma bola… Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena… O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto…
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também.Você não gostaria de…
Ela: - Adoraria!
….Ele dá o endereço.
Ela: - Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
Ele: - Então? É pegar ou largar.
Ela: - Tô passando aí, Ronaldo.
Ele: - Combinado, vizinha.
De acordo com sua leitura, responda:
Um homem e uma mulher conversam ao telefone.
1 -Pelo clima da conversa, como parece
ser o relacionamento entre eles?
2- À medida que o casal conversa, eles
começam a estranhar o comportamento um do outro.
a- Exemplifique esse comportamento
estranho.
3- “Ele: - Deve ser o sereno.
No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.”
a- Que sentimento ele demonstra quando
usa faz essas afirmações?
4- A mulher pensava que o homem ao
telefone era o seu ex-marido. Leia o diálogo
“Ela: - Você sempre viveu sozinho.
Até quando casado só fez o que quis.”
“Ele: - Maldade sua, pois
deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.”
a- Qual a diferença entre o homem ao
telefone e ex-marido da mulher?
5- O homem ao telefone pensava que
estava falando com sua ex-mulher:
“Ele: - Já você não abriu mão
de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias”
“Ela: - Comprar jóias? De
onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de
casamento foi um par de brincos”.
a- Compare as duas mulheres.
“Ele: - Você nunca reclamou
disso.”
“Ela: - E você me perguntou alguma vez?”
“Ela: - E você me perguntou alguma vez?”
Baseando-se nesta conversa, podemos
concluir que os dois casais se param pelo mesmo motivo:
a- Por qual motivo os casais se
separaram?
7- Leia:
“Se não me engano foi no segundo mês
de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável…
Sinceramente, eu não sei o que faria sem você”.
a- O que a mulher realmente quis
dizer?:
8- A partir de qual momento eles
começam a desconfiar que a pessoa do outro lado da linha não é aquela que cada
um pensava ser?
9- À medida em que a conversa evolui,
eles descobrem alguma coisa que os une. Que gostos eles tem em comum?
10- Reescreva a frase.
a- … a gente não conversava
nunca.
b- Isso a gente aprende também.
SUGESTÃO
DE LEITURAS:
SUGESTÃO
DE VIDEOS:
REFERÊNCIAS:
FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2002.
FIORIN, José Luiz. Em busca do sentido: estudos discursivos. São Paulo: Contexto,
2008.
TATIT, Luiz. A
abordagem do texto. In:
FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Linguística. v.1. São
Paulo: Contexto, 2002.
BARROS,
Diana Luz Pessoa
de Estudos do
discurso. In:
FIORIN, José Luiz
(org.) Introdução à Linguística II:
princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2003.
E a atividade/?
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