Linguística
A Linguística é
concebida como a ciência que se ocupa do estudo acerca dos fatos da linguagem,
cujo precursor foi Ferdinand de Saussure.
O termo “Linguística”
pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que
possamos compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência,
tomemos como exemplo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não
descreve a língua como realmente se evidencia, mas sim como deve ser
materializada pelos falantes, constituída por um conjunto de sinais (as
palavras) e por um conjunto de regras, de modo a realizar a combinação desses.
Assim, a título de
reforçarmos ainda mais a ideia abordada, consideremos as palavras de André
Martinet, acerca do conceito de Linguística:
“A linguística é o
estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando
se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre
tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais. ‘Científico’
opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da linguística, importa especialmente insistir
no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o objeto desta ciência constitui uma
atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da observação
imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de notar o que
realmente se diz para passar a recomendar o que deve dizer-se”.
MARTINET, André.
Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978.
O fundador desta ciência
foi Ferdinand de Saussure, um linguista suíço cujas contribuições em muito
auxiliaram para o caráter autônomo adquirido por essa ciência de estudo. Assim,
antes de retratá-las, constatemos um pouco mais acerca de seus dados
biográficos:
Ferdinand de Saussure
nasceu em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça. Por incentivo de um amigo
da família e filólogo, Adolphe Pictet, deu início aos seus estudos
linguísticos. Estudou Química e Física, mas continuou fazendo cursos de
gramática grega e latina, quando se convenceu de que sua carreira estava
voltada mesmo para tais estudos, ingressou-se na Sociedade Linguística de
Paris. Em Leipzig estudou línguas europeias, e aos vinte e um anos publicou uma
dissertação sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias,
defendendo, posteriormente, sua tese de doutorado sobre o uso do caso genitivo
em sânscrito, na cidade de Berlim. Retornando a Paris passou a ensinar
sânscrito, gótico e alemão e filologia indo-europeia. Retornando a Genebra
continuou a lecionar novamente sânscrito e linguística histórica em geral.
Na Universidade de
Genebra, entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministrou três cursos sobre
linguística, e em 1916, três anos após sua morte, Charles Bally e Albert
Sechehaye, alunos dele, compilaram todas as informações que tinham aprendido e
editaram o chamado Curso de Linguística Geral – livro no qual ele apresenta
distintos conceitos que serviram de sustentáculo para o desenvolvimento da
linguística moderna.
Entre tais conceitos,
tornam-se passível de menção alguns deles, tais como as dicotomias:
Língua
X Fala
Esse grande mestre
suíço aponta que entre dois elementos há uma diferença que os demarca: enquanto
a língua é concebida como um conjunto de valores que se opõem uns aos outros e
que está inserida na mente humana como um produto social, razão pela qual é homogênea,
a fala é considerada como um ato individual, pertencendo a cada indivíduo que a
utiliza. Sendo, portanto, sujeita a fatores externos.
Significante
X Significado
Para Saussure, o signo
linguístico se compõe de duas faces básicas: a do significado – relativo ao
conceito, isto é, à imagem acústica, e a do significante – caracterizado pela
realização material de tal conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em
signo, torna-se relevante dizer acerca do caráter arbitrário que o nutre, pois,
sob a visão saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser denominado
pela sequência de fonemas, como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de
tantas outras. Fato esses que bem se comprova pelas diferenças existentes entre
as línguas, visto que um mesmo significado é representado por significantes
distintos, como é ocaso da palavra cachorro (em português); dog (inglês); perro
(espanhol); chien (francês) e cane (italiano).
Sintagma
X Paradigma
Na visão de Saussure, o
sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior, ou
seja, a sequência de fonemas se desenvolve numa cadeia, em que um sucede ao
outro, e dois fonemas não podem ocupar o mesmo lugar nessa cadeia. Enquanto que
o paradigma para ele se constitui de um conjunto de elementos similares, os
quais se associam na memória, formando conjuntos relacionados ao significado
(campo semântico). Como o autor mesmo afirma, é o banco de reservas da língua.
Sincronia
X Diacronia
Saussure, por meio
dessa relação dicotômica retratou a existência de uma visão sincrônica – o
estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica - estudo da
linguística histórica, materializado pela mudança dos signos ao longo do tempo.
Tal afirmação, dita em outras palavras, trata-se de um estudo da linguagem a
partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em consideração
as transformações decorridas mediante as sucessões históricas (visão
diacrônica), como é o caso da palavra vosmecê, você, ocê, cê, vc...
Mediante os postulados
aqui expostos, cabe ainda ressaltar que a linguística não se afirma como uma
ciência isolada, haja vista que se relaciona com outras áreas do conhecimento
humano, tendo por base os conceitos dessas. Por essa razão, pode-se dizer que
ela assim subdivide:
* Psicolinguística –
trata-se da parte da linguística que compreende as relações entre linguagem e
pensamentos humanos.
* Linguística aplicada
– revela-se como a parte dessa ciência que aplica os conceitos linguísticos no
aperfeiçoamento da comunicação humana, como é o caso do ensino das diferentes
línguas.
* Sociolinguística –
considerada a parte da linguística que trata das relações existentes entre
fatos linguísticos e fatos sociais.
Por Vânia Duarte - Graduada
em Letras
Fonte: http://www.brasilescola.com/portugues/linguistica.htm
ATIVIDADE:
Responda:
1 - O que é linguística?
2 – Quais os principais conceitos da Linguística?
3 – Marcos Bagno, autor do livro
preconceito linguístico, fala sobre temas relacionados a diversidade cultural, ele diz que “só existe língua se houver seres humanos que a falem”, ele busca aproximar a língua falada com a língua normativa.
Considerando a fala do autor e a leitura proposta elabore um texto dissertando
sobre o preconceito linguístico, se existe e como é.
LEITURA
PROPOSTA:
Livro: Preconceito Linguístico de Marcos Bagno - (http://search.4shared.com/postDownload/YQU9kS56/livro_-_preconceito_linguistic.html)
SUGESTÃO DE LEITURAS:
Nenhum comentário:
Postar um comentário