2 –
FUNDAMENTOS CONCEITUAIS E PRÁTICA CLINICA DA NEUROEDUCAÇÃO
A
Neuroeducação surgiu há pouco tempo, ela tenta fazer um link entre a
neurociência e a educação e tenta usar descobertas sobre aprendizagem, memória, linguagem e
outras áreas da neurociência cognitiva para informar
os educadores sobre
as melhores estratégias de ensino e aprendizagem.
Assim, a
neuroeducação engloba o estudo de doenças comuns ou raras, tais como:
1.
Dislexia
2.
Discalculia
3.
Gagueira
4.
Desordem de atenção e hiperatividade
5.
Disfunção cerebral mínima
6.
Retardamento mental
7.
Disfunções no desenvolvimento
8.
Dificuldades de aprendizagem
9.
Deficiências da visão e audição
10.
Lesão cerebral
11.
Dispraxia
12.
Doenças mentais como depressão, ansiedade, etc
13.
Doenças sistêmicas com comprometimento cognitivo, como anemia,
mixedema, desnutrição e outros.
...estuda a
interação entre o cérebro, a mente e o aprendizado, possibilitando, através de
métodos rigorosamente científicos, o planejamento de intervenções precisas que
promovam o desenvolvimento de sujeitos epistêmicos. (MARQUES, 2008, p.11)
...contribuições
da neurociência no processo de ensino e aprendizagem, como uma possibilidade de
aproximar as descobertas sobre as funções cerebrais que interferem na cognição
e como podemos explorar determinadas características do funcionamento cerebral
em diferentes contextos de ensino. [...] visa discutir o desenvolvimento
neurológico, a plasticidade cerebral e alguns desvios a fim de repensar
estratégias e recursos que possam interferir de modo positivo nos processos de
desenvolvimento humano, aprendizagem e ensino. (PUCRSVIRTUAL, 2009)
Santiago
Ramón y Cajal
considerado o pai da neurociência moderna
considerado o pai da neurociência moderna
- Franz
Joseph Gall (médico alemão)
teoria que
reivindica ser capaz de determinar o caráter,
personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo
"caroços ou protuberâncias").
- Recebeu
crédito por contribuir com a ciência
médica ao dizer que áreas específicas do cérebro estão relacionadas com
determinadas funções.
O que é
Neurociência?
Neurociência
é a área multidisciplinar de conhecimento que analisa o sistema nervoso para
entender as bases biológicas do comportamento.
Floyd E. Bloom -The Scripps Research Institute - La
Jolla, California
Se educar é
promover a aquisição de novos comportamentos e os comportamentos resultam do
funcionamento do cérebro, poder-se-ia concluir que o conhecimento das bases
neurobiológicas do processo ensino-aprendizagem seria fundamental na formação
do educador.
(O cérebro
vai à escola: a experiência do projeto NeuroEduca)
Neurocientistas
•
são pessoas que
atuam fazendo pesquisa em neurociência.
•
A formação se dá a nível de pós-graduação; não há graduação em
neurociência.
•
podem ser: biólogos, biomédicos, médicos, psicólogos, físicos,
engenheiros, filósofos, economistas...
•
mas uma base sólida em ciências biomédicas é sempre de grande
valia.
Aprendizagem
“ ... a aprendizagem é um processo mental que
envolve o processamento de informação e a sua passagem da memória de curto
prazo para a de longo prazo. Neste processo, o conhecimento prévio do aluno e a
construção de sentido tem um papel determinante em toda a aprendizagem”.
(Doolittle,
2002, p. 2).
MEMÓRIA
– Processo mediante o qual se adquire, se forma, se conserva e se
evoca a informação.
• Fase de aquisição: aprendizagem
• Fase de evocação: lembrança
Lent,
2008
Neurociência:
primeiros estudos
O cérebro, uma vez completado seu desenvolvimento, era incapaz de mudar,
alterar suas funções e estruturas (morfologia).
•
Nesse sentido: as partes lesionadas do
cérebro, tais como aquelas apresentadas por vítimas de tumores ou derrames,
eram incapazes de crescer novamente e recuperar, pelo menos parcialmente, suas funções.
•
As pesquisas dos últimos 20 anos têm
revelado um quadro inteiramente diferente. Em resposta aos jogos, estimulações
e experiências, o cérebro exibe o crescimento de conexões neuronais.
Nesse sentido...
•
A educação de crianças em um ambiente
sensorialmente enriquecedor, desde a mais tenra idade, pode ter um impacto
sobre suas capacidades cognitivas e de memória futuras.
•
A presença de cor, música, sensações
(tais com a massagem do bebê), variedade de interação com colegas e parentes
das mais variadas idades, exercícios corporais e mentais podem ser benéficos
(desde que não sejam excessivos).
•
Existem hoje, muitos estudos mostrando a
importância da estimulação precoce.
ENCÉFALO
3 grandes
estruturas:
01- os
grandes hemisférios cerebrais D e E;
02 - o
cerebelo, menor e com formato meio esférico
03 - Otronco
Cerebral;
NEURÔNIOS
•
Um neurônio típico apresenta 03 partes distintas: corpo celular
(núcleo), axônio e dentritos;
•
Os dentritos são prolongamentos finos e geralmente ramificados que
conduzem os estímulos captados do ambiente ou de outras células em direção ao
corpo celular;
•
O axônio é um prolongamento fino, cuja função é transmitir para
outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo celular;
•
Localização dos neurônios: concentrados no sistema nervoso central
e nos gânglios nervosos (espalhados pelo corpo).
BAINHA DE
MIELINA
•
Fazem o impulso percorrer 100 vezes mais rápido
•
É plástica: altera em resposta aos estímulos ambientais
Indivíduos
com esquizofrenia e bipolares tem produção alterada (diminuída) dessa camada
SINAPSES: TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO ENTRE CÉLULAS
•
Um impulso é transmitido
de uma célula a outra.
•
A sinapse é uma região
de contato muito próximo entre a extremidade do axônio de um neurônio e a
superfície de outras células.
•
As terminações de um axônio
podem estabelecer muitas sinapses simultâneas.
Neurociência:
Um novo olhar educacional
A neurociência é uma grande aliada do professor que o
ajuda a identificar o indivíduo como um ser único, pensante e que aprende a sua
maneira. Ao analisar o processo de aprendizagem, deve-se perceber um
múltiplo enfoque, explanando propriedades psicológicas, neurológicas e sociais
do indivíduo, já que a construção da aprendizagem considera aspectos
biológicos, cognitivos, emocionais e do meio que constroem o ser e embasei-a a
sua evolução. A Neuropedagogia desvenda os mistérios que envolvem o cérebro na
hora da aprendizagem, como se processam: a linguagem, a memória, o
esquecimento, o humor, o sono, a atenção e o medo; como é incorporado o
conhecimento e os processos de desenvolvimento que estão envolvidos na
aprendizagem acadêmica.
INTRODUÇÃO
Educar é uma tarefa complexa e que requer de seus
educadores, dentre os diversos fatores, a competência (formação) e a
dedicação. Vivemos num mundo que se transforma a cada dia. As necessidades
de hoje serão modificadas pelas necessidades do amanhã, devido aos diversos
interesses que movem cada sociedade. O maior desafio, no entanto, é planejar
uma educação capaz de preparar o educando para essas transformações.
Podemos dizer que o Neurocientista é um especialista
que trará uma sublime contribuição para a ação pedagógica por compreender as
estruturas e o funcionamento do Sistema Nervoso Central, "palco" da
aprendizagem. Conhecer as conexões neurais do educando é imprescindível
para que sejam elaboradas atividades que desenvolvam suas funções motoras,
sensitivas e cognitivas. É de suma importância que os profissionais envolvidos
na educação compreendam que a ação comportamental de seu educando é fruto de
uma atividade cerebral dinâmica.
A neurociência e a pedagogia juntas oferecem uma
inovadora parceria, respeitando as especificidades de cada ciência, elas se
completam ao conduzir este aprendente a um novo sistema, através do qual
biologicamente se constrói a fonte de novas conexões neurais.
DESENVOLVIMENTO
Segundo Relvas (2009), o encéfalo encontra-se
localizado no interior do crânio, protegido por um conjunto de três membranas,
que são as meninges. E constituído por um conjunto de estruturas especializadas
que funcionam de forma integrada para assegurar unidade ao comportamento
humano. E formado por Bulbo raquidiano, Hipotálamo, Corpo caloso, Córtex
cerebral, Tálamo, Formação reticular, Cerebelo e Hipófise.
HISTÓRICO DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
A neurociência é um termo que reúne as disciplinas
biológicas que estudam o sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a
anatomia e a fisiologia do cérebro inter-relacionando-as com a teoria da
informação, semiótica e linguística, e demais disciplinas que explicam o
comportamento, o processo de aprendizagem e cognição humana bem como os
mecanismos de regulação orgânica e por ser uma área da ciência é preciso sempre
preocupar-se em estar se atualizando. RELVAS diz que,
(...)
o universo biológico interno com centena de milhões de pequenas células
nervosas que formam o cérebro e o sistema nervoso comunicam-se umas com as
outras através de pulsos eletroquímicos para produzir atividades muito
especiais: nossos pensamentos, sentimentos, dor, emoções, sonhos, movimentos e muitas
outras funções mentais e físicas, sem as quais não seria possível expressarmos
toda a nossa riqueza interna e nem perceber o mundo externo, como o som,
cheiro,sabor. ( 2009, pág.21)
O campo científico da neurociência cognitiva recebeu
este nome no final da década de 70, no banco traseiro de um táxi em Nova York,
onde o grande fisiologista cognitivo George A. Miller estava com Michael S.
Gazzaniga a caminho de um jantar. Neste jantar estavam reunidos cientistas que
se esforçavam para estudar como o cérebro dava origem à mente. Desta corrida de
táxi surgiu o nome Neurociência Cognitiva, que foi aceito por toda comunidade
científica.
Para esclarecer o significado deste termo é preciso
voltar atrás e olhar não somente para a história do pensamento humano, mas
também para as disciplinas científicas.
Desde a antiguidade, a curiosidade e as observações,
contribuíram para que o ser humano relacionasse a mente com a cabeça (cérebro).
Dando origem a varias teorias e descobertas científicas que permeiam,
transformam vidas, sociedade e consequentemente a humanidade. Na história
antiga, a teoria ventricular ( iniciada no século 4º d.C.) aborda que os
processos mentais, ou as faculdades da mente estavam localizadas em câmaras
ventriculares no cérebro. Entre os gregos, predominava também a teoria de que
os ventrículos cerebrais eram órgãos sede dos humores (sangue, fleuma, bílis
amarela e bílis negra, procedentes, respectivamente, do coração, sistema
respiratório, fígado e baço) e nos quais estava localizada também a capacidade
intelectual do homem.
Segundo Hipócrates, as doenças surgiriam pelo
desequilíbrio entre o sangue, a fleuma, a bílis e a atrabile. Esta é a famosa
teoria dos quatro humores corporais, que dependendo das quantidades presentes
no corpo, levariam a estados de equilíbrio ou de doença e dor. Esta teoria veio
a influenciar posteriormente Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores, que
dominou o conhecimento até ao século 18.
Para Hipócrates, a mente estava no cérebro. Já o
Aristóteles considerou que a alma não era substancialmente diferente do corpo,
embora as suas funções: a alimentação, a sensação, a motricidade e a
intelecção, fossem similares. Defendeu a hipótese que a mente tinha sede no
coração e o cérebro resfriava o sangue, tipo um sistema hidráulico, os nervos
ocos que circulavam o espírito animal.
Galeno, médico grego completou a doutrina de
Hipócrates, foi o primeiro que fez correlação entre forma e função, ao
distinguir quatro temperamentos e ao defender que os espíritos se formavam em
órgãos diferentes: os espíritos naturais, no fígado, os espíritos vitais, no
coração e os espíritos animais, no cérebro. Suas experiências contribuíram para
aumentar os seus conhecimentos sobre a anatomia do cérebro e para a criação da
hipótese cefalocêntrica. Ele teorizava que se retirassem as ramificações de
suporte dos ventrículos, ficava o esférico e que o poder da sensação, do
movimento fluía no cérebro e ainda o que é racional na alma tem ali a sua
existência. A sua teoria de localização do espírito no fluído dos ventrículos
perdurou por vários séculos.
No Brasil, o Imperador Pedro II, amante das artes e
das ciências se correspondeu com o eminente fisiologista alemão Du Bois
Reymond, acerca da fundação de um instituto de "physiologia" na
cidade do Rio de Janeiro, mas que jamais teve efetividade prática. A história
da neurociência no Brasil se confunde com a própria história da fisiologia
brasileira.
O estudo experimental e sistemático da Fisiologia
começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de
Janeiro, os quais também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as pesquisas
em neurofisiologia.
Álvaro Ozório criou uma escola nesse campo, que
culminou com seu discípulo Paulo Enéas Galvão, que foi para o Instituto
Biológico de São Paulo e tornou-se o segundo professor de Fisiologia da
recém-criada Escola Paulista de Medicina, substituindo outro discípulo carioca,
Thales Martins que, em parceria com Ribeiro do Valle, ajudou fundar a neuroendocrinologia
brasileira. Miguel Ozório de Almeida, entretanto, pesquisou a vida toda
fisiologia e fisiopatologia do sistema nervoso, Disseminando apaixonados pelas
descobertas cientificas.
O Brasil foi agraciado com vários pesquisadores que
lutaram para postular o conhecimento científico em solo brasileiro, permitindo
a sociedade atual o contato com a: Neurofisiologia, Neurobiologia, Fisiologia,
Biofísica dentre outras.
O sonho que norteia os pesquisadores em desvendar a
máquina humana, os códigos, os sinais e os circuitos pelos quais trafega a
informação vital dos seres humanos, permitiu à humanidade evoluir e tomar
consciência a cerca da concepção da natureza e da sua relação com o corpo, sua
evolução biológica, adaptativa para a manutenção e sobrevivência da espécie.
Forneceu melhoria na qualidade de vida da sociedade atual, avanços na medicina
que disponibilizam tratamentos efetivos não somente para as doenças
degenerativas, mais os quadros Psiquiátricos, psicossomáticos. Ressaltando também
o desenvolvimento das tecnologias que auxiliam para a visualização das imagens
do funcionamento cerebral e mapeamento direto da atividade neuronal em suas
especificidades. Toda pesquisa pode levar a infindáveis benefícios para a
humanidade, bem como podem levar à sua decadência, se mal empregadas.
A APRENDIZAGEM COM O OLHAR DA NEUROCIÊNCIA
Com as novas descobertas da neurociência, percebe-se
que com todo o histórico da educação de jovens e adultos, não poderia deixar de
destacar as lacunas encontradas na vida escolar desses alunos. Segundo o autor
Chalita, A escravidão não subjuga o corpo, mas a mente.
A verdadeira escravidão existe quando o escravo nem
desconfia de sua condição de escravo. Ela é sutil e discreta. Na sociedade
moderna, pretensamente democrática, a escravidão apresenta-se de outras formas.
Aquele que é Disléxico, hiperativo; que apresenta qualquer disfunção
neurológica passam sem ser notados. Isso muito contribui para o Aluno de
Educação de Jovens e Adultos, ter uma autoestima baixa. Como diz Relvas: Temos
duas memórias, uma que se emociona, sente ,comove outra que compreende,
analisa, pondera, reflete... Trata-se de emoção e razão. Esta escola é um
local, dentre outros (trabalho, família,) onde professores e alunos exercem a
sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação á seus direitos e deveres de
alguma maneira. Acontece de muitas das vezes por falta de informação, o docente
e alguns funcionários cometerem algum equivoco: por não conhecerem o lado
emocional dos alunos. No entanto, segundo o autor Henri Wallon tudo se passa
como se a educação fosse algo extático, algo eterno, imutável, pronto e acabado
,necessitando de uma reflexão de nossas atitudes em educação de Jovens e
Adultos. Queixam-se professores de um lado, aborrecem-se alunos de outro e
todos juntos perpetuam uma situação escolar praticamente insustentável, como se
fosse uma fatalidade cuja a resolução não lhes dissesse respeito.
Esquecem-se ambos de que existem os direitos e deveres
do profissional Professor, descritos no seu estatuto; existem os direitos e
deveres da criança e do adolescente, recém garantidos pela nossa
constituição. Para além deles existem os interesses dos professores que
podem querer formar em seus alunos este ou aquele tipo de consciência, deste ou
daquele modo, seja apenas informando os alunos, seja orientando experiências participativas
para este aprendizado. Existem os interesses dos alunos, próprios de suas
idades e do momento de seu processo de maturação, e que os faz vibrar, se
envolverem, se empolgarem e aprenderem muito mais, quando são sujeitos ativos e
participativos do que quando são apenas leitores ou ouvintes.
É preciso usar o conhecimento que o professor já
dispõe sobre o trabalho escolar com a informação baseada no livro que atesta a
importância que as informações da neurociência traz a educação. Vivemos em uma
sociedade em que o conteúdo está em baixa, temos muitas informações, mas pouco
conteúdo, sutilmente estamos sempre defasados ao que acontece no mundo, as
informações são muitas, pouco se apreende. É a neurociência que seria este
norteador para nos mostrar as possíveis falhas do sistema Educacional. O
princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais aos
estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em geral, o
neurocientista é responsável por investigar a integração do indivíduo com o
meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos, que desencadeiam
respostas musculares e glandulares.
Dentre as mais diversas formas de investigação, um dos
principais objetivos do neurocientista é interpretar as mais variadas mudanças
que possa ocorrer no comportamento fixo ou variante e, através da análise,
contribuir para modificar esse comportamento. Essa mudança chama-se:
aprendizado. Ela ocorre no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade
cerebral.
Fundamentalmente a neurociência possibilita um
aprofundamento do estudo dos processos da percepção, da consciência e da
cognição. Em sua máxima, consciência é o atributo pelo qual o indivíduo se
integra ao mundo. É a percepção dos fenômenos internos, afetivos, volitivos,
intelectuais e das realizações externas.
O profissional em Neuropedagogia tem como princípio
compreender as respostas cerebrais que surgem através dos estímulos
externos. É responsável pela investigação e integração deste individuo com
o meio onde ele está inserido, observando seu processo físico e químico e as
respostas que emanam deste sujeito. O Neurocientista deve interpretar as
mais variadas mudanças que ocorre em todo processo em volta do individuo desde
seu comportamento fixo há suas variantes.
Em suma o neuropedagogo através de seu olhar visa
observar:
Processo interno:
- A Cognição;
- A Decisão;
- O Fazer;
- O Aprender;
Processo externo:
- A Adaptação;
- A forma de adequação ao novo ambiente
- habilidades de adaptação;
- Alterações no processo de interação
A NEUROCIÊNCIA SOB NOVOS OLHARES
Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o
presente, nota-se que a tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e
pesquisa desde a antiguidade, sabe-se que muitas perguntas ainda continuam sem
respostas e em outras várias questões, não foram ainda decifradas onde o
cérebro em algumas áreas continua uma incógnita para todos principalmente para
aqueles que se propõe estudá-lo a nível científico.
O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu
cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber
qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a
Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral
o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação
com a Neurociência.
A aprendizagem é afinal um processo fundamental da
vida. Todo individuo aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os
comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e realizações
humanas exibem os resultados da aprendizagem. (CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15)
Há décadas que as neurociências não são mais de longe
uma ciência puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das
ciências que a dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e fisiologia
bem como patologia. Pesquisadores em educação tem tido postura otimista de
que as descobertas em neurociências contribuam para a teoria e práticas
educacionais
O corpo, emoção e razão são indivisíveis e
inseparáveis, é uma visão integra e holística, a razão de ser nos últimos
tempos as investigações da neurociência revelou dados surpreendentes sobre o
funcionamento do cérebro, o crescimento de novos neurônios, outra afirmativa é
que a inteligência não é única e nem fixa e muito menos reside em um local
determinado no cérebro como se afirmava no passado, a inteligência é concebida
como uma função do cérebro e várias partes dele estão envolvidas em qualquer
ação inteligente.
A inteligência muda com o tempo e os estímulos
disponíveis no meio ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje
e de amanhã, somente poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica
capacidade do cérebro humano, existe um grande ênfase no desenvolvimento da
inteligência, do talento e das competências das pessoas.
O cérebro é único não existindo outro igual, cada
individuo tem o seu de forma distinta resultando na interação dinâmica entre
natureza e ambiente, respectivamente genética e estimulação onde tudo que o
sujeito realiza acontece á partir de uma comunicação entre os
neurônios. As pessoas aprendem de forma diferentes onde um único método
não é o ideal para todos os alunos, necessário se faz, várias estratégias
diferentes de ensinar daí, permitir ao educando sempre que possível a escolha,
não é uma proposta revolucionária, necessita de professores preparados,
sintonizados e comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver
um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e
aproveitar o estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus
alunos.
A experiência escolar permite concluir que um dos
grandes diferencias do processo educativo é o vinculo estabelecido entre
educadores e educandos. O ideal é trabalhar com a premissa de que havendo
vinculo é mais fácil que o professor desenvolva a capacidade de escuta do que o
aluno pretende transmitir e possibilite a ele que se sinta compreendido e
entendido em seu sofrimento mesmo porque indisciplina e incompreensão caminham
juntas.
INTERVENÇÕES NEUROEDUCACIONAIS
Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de
aquisição de aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento principal,
fazem pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em benefícios para todos
por outro lado, encontram-se os educadores que anseiam em por em prática tais
pesquisas, testes e teorias, é um trabalho significativo e juntar estes dois
segmentos é compensador uma vez que irá exigir dos envolvidos as análises e
aplicações destes conhecimentos científicos traduzindo-os para as salas de
aulas.
Esta colaboração mútua, enriquece tanto o trabalho dos
cientistas cognitivos como dos educadores onde estes poderão desenvolver e
aplicar métodos de ensino que melhor possam serem adaptados a seus alunos, em
busca de que estes métodos facilitarão a aprendizagem. A Neurociência tem
um papel fundamental de intima ligação com a prática pedagógica ela investiga o
processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e celular
até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une estas duas áreas logo
quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode dissociar o
estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso.
Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação
para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem
mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo, dar-lhes a formação básica para
que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que modifiquem
seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem.
Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um
enriquecimento da personalidade humana". (Chiavenato, 1999)
O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu
cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber
qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a
neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral
o qual se molda aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido provoca
alterações significativas na taxa de conexões sinápticas.
Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente
ativadas no transcurso de nova experiência de aprendizagem, situações que
reflitam o contexto da vida real, de forma que a informação nova se junte a
compreensão anterior. A neurociência oferece um grande potencial para nortear a
pesquisa educacional e futura aplicação em sala de aula.
É fundamental que professores entendam que os
sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem
compreender que o ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta
nova visão, é primordial que os educadores aprendam a ler e entender as
emoções, alegria, tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar
adequadamente de forma competente com elas.
Sob este aspecto considera-se como importante em
primeiro lugar criar um ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem,
livre de desrespeito, ofensas e humilhações. Em ambiente de medo e
insegurança, o aluno torna-se passivo além de perturbar a disciplina
naturalmente indesejáveis em sala de aula além de que caso uma criança seja
ridicularizada por erro, irá se sentir em perigo logo, o cérebro desta criança
reagirá imediatamente adotando uma postura de fuga ou ataque, ao contrário de
que quando o erro é aceito e tratado de forma natural como parte do processo de
crescimento, o estudante aprende com ele, deve-se incrementar um clima
emocional positivo dentro da escola e da sala de aula com alegria, respeito
mútuo, elogios e brincadeiras sadias.
Uma nova concepção educacional propõe montagem de
ambientes enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da
inteligência de cada um dos jovens e crianças os quais motivados possam mais e
com melhor qualidade e, ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu
talento dispostos a estudar e felizes.
Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo "Não
existem "fórmulas mágicas" na prática pedagógica, juntos podemos
reunir as pesquisas em Neurociência com a prática pedagógica que melhor se
adaptará aos nossos alunos". Neste contexto recai também, o uso da
ludicidade como ferramenta pedagógica em sala de aula o que facilitará a
transformação diária em uma vivência criativa e rica diante da qual os alunos
serão os primeiros a se interessarem por ir à escola, a pedagogia e a
Neurociência promovem o desenvolvimento cognitivo, pois através da aprendizagem
o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico.
A motivação nada mais é que criar motivos, causar
entusiasmo e ânimo, entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia do
conhecimento. E mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de
aprender através de estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se
sintam motivados em aprender, naturalmente a realização dos objetivos
propostos, implica que sejam praticados sempre uma vez que não se desenvolve
uma capacidade sem exercê-la ás vezes exaustivamente.
A educação em nossos dias deve ser trabalhada com
grupos multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e
reelaboração do desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades de
acordo com cada faixa etária trabalhada onde a atividade seja focada
principalmente sob aspecto afetocognitivo, a questão familiar também deve ser
inserida neste contexto mostrando ao aluno, a importância dos valores
educacionais na vida de seus filhos, ela é o primeiro núcleo do vinculo.
Na busca do conhecimento, estabelecemos relações com
objetivos físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se
constituem em aspectos inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade a
ser desenvolvida, variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998).
O afeto e a inteligência se estruturam nas ações e
pelas ações dos indivíduos, tanto a inteligência quanto a afetividade são
mecanismos de adaptação, permitindo ao individuo construir noções sobre os
objetivos, as pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e
valores.
As questões pedagógicas estão relacionadas a
transformação e modificação do individuo através da teoria e da prática
educacional tendo de um lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o
professor é o agente representante que detém o domínio pedagógico que tem como
função, guiar o aluno ao saber.
Segundo MARTA Relvas, "As equipes
multidisciplinares e interdisciplinares só tem sucesso quando agem de forma
integrada com a família e a escola a fim de otimizar resultados e focar o
melhor desempenho da aprendizagem".
"Hoje não basta saber quem eu sou, é preciso
também saber quem eu não sou para então saber quem eu posso ser". Há
um consenso hoje em dia que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos
padrões de ativação de vastas redes neuronais.
Nos adolescentes e jovens, exerce um enorme fascínio e
influência ao despertar não só o seu lado curioso como além da disponibilidade
de vários equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de aquisição e os
resultados imediatos. O uso da tecnologia é um recurso bastante
significativo ao desenvolver conhecimentos porem, deve ser usada de forma
correta, tornando-se um auxilio fabuloso na aprendizagem ao proporcionar aos
estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades tecnológicas básicas do
mundo de hoje.
A tarefa de educar implica necessariamente o diálogo
critico e livre entre educadores e educandos, como forma de se permitir que o
conhecimento surja e seja construído á partir de interações coerentes vivendo o
outro com diferentes modos de pensar, agir com suas múltiplas expectativas
exercitando a autonomia do individuo, a liberdade de pensar seus sentimentos
sua imaginação a fim de que possa desenvolver talentos e que ele possa tanto
quanto possível ser dono do seu próprio destino.
No mundo de mudanças constantes, não devemos ensinar o
que os outros pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e métodos que
possam municiar nossos docentes á formação da consciência de que o aprendizado
é permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é volátil.
Ao partilhar os nossos saberes, estamos
dividindo os nossos conhecimentos com o outro ao construir novos saberes para
este outro e naturalmente para nós mesmos, estamos interagindo sempre com o
meio que nos cerca fazendo, construindo, revendo, analisando, definindo e
ensinando para toda vida isto é, ensinar é aprender a ensinar.
O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que
transforma uma simples sensação em pensamento, é um órgão complexo, desvendado
parcialmente pela ciência, composto por células nervosas e
glândulas. Dentro desta complexidade é importante ressaltar as funções do
encéfalo e dos neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um
conjunto de estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas, são
estruturas especializadas que funcionam de forma integradas, para assegurar,
unidade ao comportamento humano. Possui uma constituição elaborada ao
receber mensagens que informam ao homem a respeito do mundo que o cerca além de
receber um permanente fluxo de sinais de outros órgãos que o capacita a controlar
os procedimentos vitais do individuo, batimento cardíaco, a fome e a sede, as
emoções, o medo, a ira, o ódio e o amor tudo iniciando no encéfalo tendo o
cérebro, a parte maior e mais importante.
O corpo humano desenvolve um grande número dessas
mensagens químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de
sinais dentro do cérebro, são substancias que funcionam como combustível
cerebral, nos deixam mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento
do organismo. O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem
crescido em resposta á necessidade de, não somente entender os processos
neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da
educação. Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem
conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas modernas,
estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo
mental tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental etc.
(Cardoso, Sabbatinni, 2000, "Cérebro e Mente".
Novos desafios terão pela frente, certamente novas
conquistas, possivelmente os obstáculos existentes entre neurocientistas e
educadores serão ultrapassados, novos paradigmas irão impulsionar a ciência
principalmente a aqueles que se preocupam com a educação sob novos olhares.
A NEUROEDUCAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Neuroeducação é um modelo sistêmico de intervenções
evolutivas desenhado para atuar nas matrizes de inteligências do sistema mental
e estruturar o caminho de manifestação do potencial inteligente da
consciência. A Neuroeducação atua no campo da educação desenvolvendo
ferramentas holográficas capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem
escolar oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair o máximo do
potencial funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas as capacidades
independentemente de sua origem social, qualidade de ensino escolar ao qual
está submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.
Segundo a Neuropedagoga ADRIANA Peruzo, "apostar
nos estudos da neurociência pedagógica é apostar numa evolução crescente e
segura, é vincular o educador a idéias, a comportamentos e a pensamentos
complexos, é levar ao educando a noção do sujeito do processo da aquisição e da
produção do conhecimento".
A neurociência pedagógica é um ramo da ciência que
compatibiliza o cognitivo (técnica de ensino) e o cérebro humano, adequando o
funcionamento do cérebro para melhor entender a forma como este recebe,
seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todos as sensações
captadas pelos diversos elementos sensoriais para a partir deste entendimento
poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e
principalmente aquelas com as características cognitivas emocionais
diferenciadas.
A Neuroeducação entre várias funções torna o ato de
estudar, frequentar a escola, ler, enfim aprender, interessante, prazeroso e
fácil, as pessoas vêm sendo trabalhadas com esta ciência tanto para eliminar
incapacidades de aprendizagem como para expandir conhecimentos específicos, é
uma ferramenta moderna e eficiente na construção e transformação do aprendente.
A união entre a neurociência e a pedagogia, está dando
origem a estratégias educacionais inovadoras, a plasticidade cerebral, a
aquisição da linguagem e a formação da mente simbólica, são analisadas em
profundidade, é um extenso e fascinante universo de potencialidades que cada um
de nós tem, o nosso cérebro.
O cérebro se modifica aos poucos fisiológica e
estruturalmente como resultado da experiência, a aprendizagem, a memória e
emoções ficam interligadas quando ativadas pelo processo de
aprendizagem. Entre os modos e oportunidades em que o cérebro se modifica
e desenvolve a sua estrutura para atender as novas exigências de desempenho,
uma delas está em aprender. Estas modificações também são extensivamente
estudadas pela neurociência sob vários aspectos tidos como plasticidade
cerebral.
Antigamente admitia-se que o tecido cerebral não tinha
capacidade regenerativa e que o cérebro era definido geneticamente, no entanto,
como explicar o fato de pacientes com graves lesões, obterem com auxilio de
terapias e estímulos, a recuperação da função cerebral, a ciência tem
comprovado através de pesquisas que com o aumento do conhecimento sobre o
sistema cerebral e que sendo ele mais maleável e flexível do que se imaginava
ao se modificar sob efeito da experiência das percepções, das ações e do
comportamento.
O avanço dos neurocientistas na descoberta no que diz
respeito à plasticidade cerebral oferece uma nova visão de como acontece o
processo de aprendizagem e de aquisição de novas habilidades cerebrais, a
plasticidade cerebral pode ser aplicada á educação, deve-se considerar a
facilidade do sistema nervoso em se ajustar diante das diferenças e influências
do ambiente por ocasião do desenvolvimento infantil e também na fase adulta.
Segundo MARTA Relvas, " A plasticidade em um
organismo normal é o processo de aprendizado que se desdobra em duplo aspecto:
o motor, que se dá num nível inconsciente e se faz de forma automática e o
segundo nível, o consciente que depende da memória, seja emocional, seja
cultural.
O termo aprendizagem não é falar somente o que
acontece entre paredes de sala de aula, sob o ponto de vista da neurociência, é
entender que cada um de nós é único em seu conjunto e ao mesmo tempo peculiar
no quadro de suas capacidades e de atributos que suas múltiplas inteligências
podem lhes trazer.
É principalmente, mudança de comportamento e de vista,
sob olhares da neurociência, é o movimento dos neurônios que se interligam
criando ligações (sinapses), trajetórias e redes de circuitos que se reforçam e
se sustentam pela repetição e pela necessidade do "uso" e, sobretudo,
da busca incessante pela exploração de si mesmo, do meio ambiente e do outro. De
maneira geral, existe um certo desconhecimento da anatomia e da fisiologia do
SNC e periférico, são alguns questionamentos para saber por onde passam todos
os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização no
cérebro das crianças.
A construção do conhecimento já não é produto
unilateral de pessoas isoladas, mas de uma vasta colaboração cognitiva
distribuída, da qual participam aprendizes humanos, sistemas cognitivos
naturais e "artificiais", o individuo está no centro pois o
conhecimento é a moeda desta nova era que por sua vez, é incorporado ao
individuo ou seja não é impessoal. Como preparar o indivíduo para atuar neste
novo contexto?
O destino do cérebro depende de estímulos, da escola,
da família e do meio ambiente, além de elementos essenciais que influenciam na
aprendizagem, ambiente, idade, genética, nutrição, psicológico, áreas corticais
e principalmente motivação.
É fundamental que educadores professores, escolas,
universidades, entendam que são os sentimentos que impulsionam a aprendizagem
positiva ou negativamente, compreendendo que o aluno é um ser emocional que
pensa, coerente com esta nova visão é importante que os mestres aprendam a
"ler e entender" as emoções de seus alunos procurando lidar de forma
adequada, com elas o aluno constrói através de diálogo, conhecimentos com
colegas, professores e pessoas desenvolvendo competências e valores essenciais
a fim de que possa viver junto á família, a sociedade e no futuro ao exigente
mundo do trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Sabe-se que está longe de se apresentar ideias
conclusivas sobre a Neurociência, pois é uma ciência em constante evolução que
muda a cada instante, por isso faz parte de um processo trabalhoso e que deve
ser realizado a médio e longo prazo.
Acreditar que a dificuldade de aprendizagem é
responsabilidade exclusiva do aluno ou da família, ou somente da escola é, no
mínimo, uma atitude ingênua perante a grandiosidade que é a complexidade do
aprender.
A neurociência pedagógica busca apoiar junto a outras
disciplinas, o educando na direção do conhecimento pleno, a importância das
atividades neuroeducacionais onde ao apontar transformação no sistema, ressalta
os vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o desenvolvimento do sistema
nervoso.
Ela traz em sua bagagem, mecanismos que despertam nos
profissionais da educação uma motivação no desafio de ensinar, é preciso que se
conheça a anatomia e a fisiologia da aprendizagem tendo no educador a função
onde o encorajamento e os estímulos positivos possam proporcionar sensação de
segurança, otimismo e confiança ao aprendente.
Pensar em uma Neuroeducação é pensar no futuro, é um
trabalho exaustivo e extenso onde os resultados naturalmente tem como
principio, as pesquisas, as buscas das soluções baseadas num trabalho
multidisciplinar tendo como estimulo as conquistas já obtidas ao longo do tempo.
As respostas encontradas na elaboração deste trabalho,
são insignificantes em face de sua complexidade, a união de todos, as
pesquisas, novas respostas aos problemas apresentados os quais afetam
diretamente estudantes, professores, família e sociedade.
É necessário encurtar a distância entre as pessoas e a
escola, hoje já bem menor assim como são incompletas algumas informações sobre
motivos que levam as estatísticas apontarem o crescente número de crianças com
distúrbios e transtornos.
O cérebro foi evolutivamente concebido para perceber e
gerar padrões quando testa hipóteses e a aprendizagem sendo uma atividade
social, os alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos, o professor
deve propor situações em que aceite aproximações e tentativas ao gerar
hipóteses e junto com a família o ambiente de estudo deve ser tranquilo, o que
encoraja o estudante a expor seus sentimentos e idéias.
É necessário que haja uma ampliação dos horizontes da
e na escola frente a esta questão. Portanto, devemos priorizar o trabalho
Neuropedagógico na escola principalmente sobre aspectos preventivos, já que se
observa questões extremamente sérias, surgidas no ambiente escolar, seja na
relação professor- aluno, escola ? família que se houvesse uma intervenção
prévia ao problema talvez não se prolongasse e nem tampouco se agravaria a
ponto de impedir o desenvolvimento biopsico? social da criança.
ATIVIDADE
Neuroeducação
A mesma frase, porém
com outras palavras já havia sido dita por um neurocientista: "Educadores
ensinam cérebros, então deveriam saber tudo sobre o mesmo".
Concordo plenamente,
e antes que falem sobre a questão de recursos para estudar, tempo e outros
comentários que nada mais servem do que amenizar nosso descaso com o assunto,
devo lembrar que estamos mais conectados do que nunca. Se não há condições de
acessar internet, visite bibliotecas...mas vá em busca de conhecimento.
Se cada um aproveitar
seu tempo para ler 1 artigo que fosse por dia, com certeza ao final do ano
seriam 365 artigos. Seriam 365 oportunidades de aprendizagem, além de inúmeros
sites que promovem debates, estudos de casos sobre assuntos relacionados ao desenvolvimento
cerebral.
Nesse texto
vemos a importância de aprendermos a aprender para ensinar a aprender. Você
concorda com esse texto? Elabore um artigo justificando sua resposta com no mínimo
5 laudas.
Critérios de
Avaliação:
Planilha de avaliação. Peso dos critérios
Pontualidade
|
Correção e organização dos textos
|
Adequação e coerência em relação à
tarefa
|
Referencias Bibliográficas adequadas
|
2
|
3
|
3
|
2
|
SUGESTÃO DE LEITURAS
Nova pesquisa de Miguel Nicolelis faz macaco movimentar e
sentir braço virtual apenas com a mente: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nova-pesquisa-de-miguel-nicolelis-faz-macacos-movimentarem-braco-virtual-apenas-com-a-mente
SUGESTÃO DE VÍDEOS
Miguel Nicolelis fala
sobre os benefícios da neurociência para a educação:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=onGmIR7b8-E
Entrevista com o neurocientista
Miguel Nicolelis - Programa Provocações: http://www.youtube.com/watch?v=TGANxeTcMlg
A "malhação" do cérebro: http://www.youtube.com/watch?v=zGTsm_E1C8g
Exercício para à Memória: http://www.youtube.com/watch?v=4X50yf8nOZ0
A
criança que não aprende: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=V_0noT10qVc
Mudando Paradigmas na Educação (Dublado) - RSA Animate: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=DA0eLEwNmAs
Ken Robinson: Escolas matam a criatividade?: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=aQym7WkF5ks
Como
funciona o cérebro: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2tf53gtcZRU
Como utilizar melhor
o cérebro: http://www.youtube.com/watch?v=_L-_hspcIJk
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MELO, Silvana
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MONTIEL,
José M.; CAPOVILLA, Fernando C. organizadores. Atualização em Transtornos de
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GAZZANGA, S. Michel; IRVY, B. Richard; MANGUN, RGeorge. Et. All. Neurociência
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