domingo, 2 de dezembro de 2012

CURSO DE GEOGRAFIA: 4 AULA - GEOGRAFIA DO BRASIL



EMENTA:
Questões relacionadas ao espaço e uso território. A dinâmica globalizadora e a ascensão da variável informação no território brasileiro. Conceitos globais de informação e os limites de uma nova divisão territorial do trabalho. Redefinição da urbanização. Os centros de gestão do território. A expansão dos contextos da globalização nas grandes cidades brasileiras: tendências e conflitos.

INTRODUÇÃO:
Por: Elmano Pontes Cavalcanti e Elmano Ramalho Cavalcanti
Algumas grandes mudanças acontecidas nas últimas décadas, tais como o fim da Guerra Fria, os avanços da Tecnologia da Informação (TI), entre outros, vem proporcionando quebra de paradigmas, mudanças e contribuindo para consolidar cada vez mais a globalização como um estágio da humanidade que parece inexistir espaço para retrocesso. Entre essas mudanças, a rearrumação das forças político-econômicas no mundo possibilitou a nova ordem mundial. O ineditismo dessa situação é que, como bem assinala Ledur (1996), provavelmente seja essa a primeira vez na história moderna que uma nova ordem política se constitui sem ter sido precedida por um conflito maior.
Apesar da derrubada de uma série de opostos, em vez da entrada em um novo horizonte relativamente homogeneizado e, de certa forma, compatível com o significado do termo e com os novos tempos, deparamo-nos simultaneamente com movimentos de integração e fragmentação. É o globalismo convivendo simultaneamente com nacionalismos, regionalismos, localismos e imperialismos. A globalização é holística e tem a ver com uma série de vários aspectos, entre estes, o das desigualdades.
O problema das desigualdades é predominantemente de característica dos países subdesenvolvidos, pelo menos em termos de maior incidência. Esse problema envolve questões tão diversas como a divisão do trabalho, a distribuição do trabalho, os direitos civis, a estrutura de saúde, as oportunidades de carreira, a difusão de conhecimento e principalmente a distribuição de renda e riqueza (THERBORN, 2000).
Tomando como verdadeiro a premissa que associa a globalização à competitividade, significa dizer que, os seus atores precisam estar preparados para a competição. Nestes termos, o cenário dos negócios apresenta alguma semelhança com a “lei da selva”, onde se é presa ou predador. O Brasil, como parte desse contexto, possui um imenso território e também imensos problemas a espera de solução. Passou por um período de franco desenvolvimento e vive o drama de apresentar taxas de crescimento inferior ao dos seus principais concorrentes. Além do mais, não consegue resolver problemas cruciais como o das imensas desigualdades entre suas regiões que, dessa forma, estariam muito mais para presas.
Então, quais reflexões poderemos tirar sobre a globalização e os seus atores em relação à problemática das desigualdades regionais do Brasil? Dessa forma, o objetivo aqui é apresentar algumas reflexões sobre a globalização e os seus atores em relação à problemática das desigualdades regionais do Brasil.
O CONTEXTO GLOBALIZAÇÃO
Um dos traços marcantes da história da humanidade tem sido a tendência da prática do domínio entre os povos. Duas foram as formas principais de aplicação desse domínio: militar e mercadológica, ou respectivamente, destrutivo e construtivo. A primeira forma de domínio utilizada pela humanidade foi a militar, ou seja, a conquista de domínios (territórios) pela aplicação do poder da força física, pela imposição. Essa prática foi normalmente utilizada por Estados, nações ou povos da antiguidade em relação ao exterior, mas, também utilizada no seu próprio território, sempre que a forma de governo adotada foi diferente da democrática. A segunda forma de domínio adotada, a mercadológica, é caracterizada pela conquista de domínios (mercados) através da aplicação do poder do campo das ideias, podendo decorrer da persuasão ou de outras tentativas de convencimento sem uso da força física.
Em ambos os casos, na aplicação desses domínios, o que se encontra são práticas de guerra. A diferença é que o primeiro envolve guerra física e o segundo envolve uma guerra diferente, do tipo intelectual. Enquanto no primeiro caso normalmente ocorrem perdas e destruição física, na selva dos negócios as ações entre os concorrentes se constituem em batalhas cruéis, constantes e intermináveis, pela obtenção da melhor qualidade, pela oferta do melhor preço, pelo desenvolvimento da melhor tecnologia, pela captura dos melhores talentos profissionais, pela busca incessante dos desejos e anseios dos consumidores, pela procura da melhor matéria-prima, pela captura da maior fatia de mercado, enfim, por atender da melhor forma possível às necessidades dos consumidores ou de influenciar a sociedade.
O Brasil é um país relativamente jovem, comparado com a maioria dos países do Primeiro Mundo está na infância, ainda não conseguiu resolver problemas básicos, convive com imensos problemas de disparidades. Se o Brasil do Sul ou o Brasil do extremo Leste caminham a uma velocidade aceitável, o Brasil do Norte vive se arrastando e o Brasil do Oeste parece que nunca saiu do canto. Se o Brasil da região compreendida pelo Estado de São Paulo apresenta um desenvolvimento aceitável e, de certa forma pode até ser comparado com os padrões do Primeiro Mundo, o que se pode dizer das demais unidades de federação, principalmente as do Norte e Nordeste? Subdesenvolvimento, pobreza, baixos níveis de educação, de saúde e por ai segue na contramão do desenvolvimento.
Aplicar a culpa das desigualdades regionais às sociedades de cada uma dessas regiões desfavorecidas é o mesmo que aceitar que o Governo Federal não serve pra nada e, acima de tudo é incapaz de desenvolver um planejamento e traçar estratégias que realmente sejam capazes de reverter esse quadro e caminhe no sentido da redução ao mínimo possível do fosso das desigualdades. Limitar-se a atribuir a culpa pelas desigualdades a questões de preconceito regional não parece ser um raciocínio sábio. É como afirma Elias (2000, p.30), “dê-se a um grupo uma reputação ruim e é provável que ele corresponda a essa expectativa”. A julgar pelo que se vê, o que representa a realidade atual do país, parece oportuno questionar se o problema envolve a capacidade gerencial dos governos federal e estaduais ou é falta de interesse em resolver de vez o problema. Ai resta questionar, será que o Brasil vai esperar uma versão tupiniquim da “Revolução Francesa” para resolver esse problema?

ATIVIDADE:
Comente sobre a importância do processo de globalização para expansão da economia no Brasil, citando as suas principais características. Justifique sua resposta. No mínimo 2 laudas.

SUGESTÃO DE LEITURA:

REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Luiz Olavo. O Brasil na encruzilhada das negociações globais. Revista Política Externa, vol. 10, nº 4, mar / abr / maio, 2002.
MACHADO, Lia Zanotta. Famílias e individualismo: tendências contemporâneas no Brasil. Interface – comunicação, saúde, educação. Fundação Uni Botucatu / UNESP, vol.5, nº8. Botucatu: Fundação UNI, 2001.
PESQUISA DIEESE n. 11 / agosto de 1995. Desigualdade e concentração de renda no Brasil. São Paulo: DIEESE, 1995.
COUTINHO, Dirceu M. Entenda a globalização: uma fonte de informações para os negócios. São Paulo: Aduaneiras, 1998.
PIMENTA, Aloísio. Educação e cultura: a construção da cidadania. São Paulo: Unimarco, 1997.
POCHMANN, Marcio e AMORIM, Ricardo. Atlas da Exclusão Social no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
RODRIGUES, Neidson. Estado, educação e desenvolvimento econômico. São Paulo: Cortez, 1987.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SILVA, Edmundo Pozes da. Uma visão dos problemas econômicos. São Paulo: UNISA, 1999.
STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.São Paulo: Futura, 2002.

Um comentário:

  1. Olá, bom dia!

    Estou aguardando as atividades restantes do curso.(aula 4 e 5)

    Desde já, agradeço.



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