EMENTA:
Questões relacionadas ao espaço e
uso território. A dinâmica globalizadora e a ascensão da variável informação no
território brasileiro. Conceitos globais de informação e os limites de uma nova
divisão territorial do trabalho. Redefinição da urbanização. Os centros de
gestão do território. A expansão dos contextos da globalização nas grandes
cidades brasileiras: tendências e conflitos.
INTRODUÇÃO:
Por: Elmano
Pontes Cavalcanti e Elmano Ramalho Cavalcanti
Algumas grandes mudanças
acontecidas nas últimas décadas, tais como o fim da Guerra Fria, os avanços da
Tecnologia da Informação (TI), entre outros, vem proporcionando quebra de
paradigmas, mudanças e contribuindo para consolidar cada vez mais a
globalização como um estágio da humanidade que parece inexistir espaço para
retrocesso. Entre essas mudanças, a rearrumação das forças político-econômicas
no mundo possibilitou a nova ordem mundial. O ineditismo dessa situação é que,
como bem assinala Ledur (1996), provavelmente seja essa a primeira vez na
história moderna que uma nova ordem política se constitui sem ter sido
precedida por um conflito maior.
Apesar da derrubada de uma série
de opostos, em vez da entrada em um novo horizonte relativamente homogeneizado
e, de certa forma, compatível com o significado do termo e com os novos tempos,
deparamo-nos simultaneamente com movimentos de integração e fragmentação. É o
globalismo convivendo simultaneamente com nacionalismos, regionalismos,
localismos e imperialismos. A globalização é holística e tem a ver com uma
série de vários aspectos, entre estes, o das desigualdades.
O problema das desigualdades é
predominantemente de característica dos países subdesenvolvidos, pelo menos em
termos de maior incidência. Esse problema envolve questões tão diversas como a
divisão do trabalho, a distribuição do trabalho, os direitos civis, a estrutura
de saúde, as oportunidades de carreira, a difusão de conhecimento e
principalmente a distribuição de renda e riqueza (THERBORN, 2000).
Tomando como verdadeiro a
premissa que associa a globalização à competitividade, significa dizer que, os
seus atores precisam estar preparados para a competição. Nestes termos, o
cenário dos negócios apresenta alguma semelhança com a “lei da selva”, onde se
é presa ou predador. O Brasil, como parte desse contexto, possui um imenso território
e também imensos problemas a espera de solução. Passou por um período de franco
desenvolvimento e vive o drama de apresentar taxas de crescimento inferior ao
dos seus principais concorrentes. Além do mais, não consegue resolver problemas
cruciais como o das imensas desigualdades entre suas regiões que, dessa forma,
estariam muito mais para presas.
Então, quais reflexões poderemos
tirar sobre a globalização e os seus atores em relação à problemática das
desigualdades regionais do Brasil? Dessa forma, o objetivo aqui é apresentar
algumas reflexões sobre a globalização e os seus atores em relação à
problemática das desigualdades regionais do Brasil.
O CONTEXTO GLOBALIZAÇÃO
Um dos traços marcantes da
história da humanidade tem sido a tendência da prática do domínio entre os
povos. Duas foram as formas principais de aplicação desse domínio: militar e
mercadológica, ou respectivamente, destrutivo e construtivo. A primeira forma
de domínio utilizada pela humanidade foi a militar, ou seja, a conquista de domínios
(territórios) pela aplicação do poder da força física, pela imposição. Essa
prática foi normalmente utilizada por Estados, nações ou povos da antiguidade
em relação ao exterior, mas, também utilizada no seu próprio território, sempre
que a forma de governo adotada foi diferente da democrática. A segunda forma de
domínio adotada, a mercadológica, é caracterizada pela conquista de domínios
(mercados) através da aplicação do poder do campo das ideias, podendo decorrer
da persuasão ou de outras tentativas de convencimento sem uso da força física.
Em ambos os casos, na aplicação
desses domínios, o que se encontra são práticas de guerra. A diferença é que o
primeiro envolve guerra física e o segundo envolve uma guerra diferente, do
tipo intelectual. Enquanto no primeiro caso normalmente ocorrem perdas e
destruição física, na selva dos negócios as ações entre os concorrentes se
constituem em batalhas cruéis, constantes e intermináveis, pela obtenção da
melhor qualidade, pela oferta do melhor preço, pelo desenvolvimento da melhor
tecnologia, pela captura dos melhores talentos profissionais, pela busca
incessante dos desejos e anseios dos consumidores, pela procura da melhor
matéria-prima, pela captura da maior fatia de mercado, enfim, por atender da
melhor forma possível às necessidades dos consumidores ou de influenciar a
sociedade.
O Brasil é um país relativamente
jovem, comparado com a maioria dos países do Primeiro Mundo está na infância,
ainda não conseguiu resolver problemas básicos, convive com imensos problemas
de disparidades. Se o Brasil do Sul ou o Brasil do extremo Leste caminham a uma
velocidade aceitável, o Brasil do Norte vive se arrastando e o Brasil do Oeste
parece que nunca saiu do canto. Se o Brasil da região compreendida pelo Estado
de São Paulo apresenta um desenvolvimento aceitável e, de certa forma pode até
ser comparado com os padrões do Primeiro Mundo, o que se pode dizer das demais
unidades de federação, principalmente as do Norte e Nordeste?
Subdesenvolvimento, pobreza, baixos níveis de educação, de saúde e por ai segue
na contramão do desenvolvimento.
Aplicar a culpa das desigualdades
regionais às sociedades de cada uma dessas regiões desfavorecidas é o mesmo que
aceitar que o Governo Federal não serve pra nada e, acima de tudo é incapaz de
desenvolver um planejamento e traçar estratégias que realmente sejam capazes de
reverter esse quadro e caminhe no sentido da redução ao mínimo possível do
fosso das desigualdades. Limitar-se a atribuir a culpa pelas desigualdades a
questões de preconceito regional não parece ser um raciocínio sábio. É como
afirma Elias (2000, p.30), “dê-se a um grupo uma reputação ruim e é provável
que ele corresponda a essa expectativa”. A julgar pelo que se vê, o que
representa a realidade atual do país, parece oportuno questionar se o problema
envolve a capacidade gerencial dos governos federal e estaduais ou é falta de
interesse em resolver de vez o problema. Ai resta questionar, será que o Brasil
vai esperar uma versão tupiniquim da “Revolução Francesa” para resolver esse
problema?
ATIVIDADE:
Comente sobre a importância do
processo de globalização para expansão da economia no Brasil, citando as suas principais
características. Justifique sua resposta. No mínimo 2 laudas.
Texto de apoio: http://monografias.brasilescola.com/geografia/globalizacao.htm
SUGESTÃO
DE LEITURA:
REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Luiz Olavo. O Brasil na encruzilhada das negociações
globais. Revista Política Externa, vol. 10, nº 4, mar / abr / maio, 2002.
MACHADO, Lia Zanotta. Famílias e individualismo: tendências
contemporâneas no Brasil. Interface – comunicação, saúde, educação.
Fundação Uni Botucatu / UNESP, vol.5, nº8. Botucatu: Fundação UNI, 2001.
PESQUISA DIEESE n. 11 / agosto de
1995. Desigualdade e concentração de
renda no Brasil. São Paulo: DIEESE, 1995.
COUTINHO, Dirceu M. Entenda a globalização: uma fonte de
informações para os negócios. São Paulo: Aduaneiras, 1998.
PIMENTA, Aloísio. Educação e cultura: a construção da
cidadania. São Paulo: Unimarco, 1997.
POCHMANN, Marcio e AMORIM,
Ricardo. Atlas da Exclusão Social no
Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
RODRIGUES, Neidson. Estado, educação e desenvolvimento
econômico. São Paulo: Cortez, 1987.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento
único à consciência universal. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SILVA, Edmundo Pozes da. Uma visão dos problemas econômicos. São
Paulo: UNISA, 1999.
STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios: a
promessa não-cumprida de benefícios globais.São Paulo: Futura, 2002.
Olá, bom dia!
ResponderExcluirEstou aguardando as atividades restantes do curso.(aula 4 e 5)
Desde já, agradeço.