EMENTA:
A Psicopedagogia como Epistemologia Convergente. Autores
contemporâneos. A atuação do psicopedagogo nas escolas, nas empresas e nos
hospitais. A Psicopedagogia Institucional e a prevenção dos problemas de
aprendizagem. Possíveis intervenções sobre o fracasso escolar. Atuação com
profissionais da escola. Atuação com famílias na escola.
O trabalho do Psicopedagogo na
instituição (empresa pública ou privada, presídio, hospital, escola); pedagogia Terapêutica; relação instituição e psicopedagogo; interpretação
psicopedagógica.
INTRODUÇÃO:
"Ninguém te
sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo.
Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá
despertar em ti o místico ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem.
Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá
despertar em ti o místico ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem.
(A. de
Saint-Exupéry)
Exupéry, eu te perdoo, você não sabia (de mim).
Que pena(!),
você escrevia,
(Mas me
desculpe), você não entendia
nem de argila,
nem de psicopedagogia."
(Yara Stela
Rodrigues Avelar)
A Psicopedagogia é um campo de
conhecimento e atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de
aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a
influência do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvolvimento,
utilizando procedimentos próprios.
Segundo BOSSA (2000, p. 21), a
Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o
problema de aprendizagem, colocado num território pouco explorado, situado além
dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia - e evoluiu devido à
existência de recursos, ainda que embrionários, para atender essa demanda,
constituindo-se, assim, numa prática.
A Psicopedagogia vem criando
identidade e campo de atuação próprios, que estão sendo organizados e
estruturados especialmente pela Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
KIGUEL (1987, p. 25) ressalta que a
Psicopedagogia encontra-se em fase de organização de um corpo teórico
específico, visando à integração das ciências pedagógicas, psicológica,
fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolinguística para uma compreensão mais
integradora do fenômeno da aprendizagem humana.
O objeto de estudo deste campo do conhecimento é a aprendizagem humana e seus padrões evolutivos normais e patológicos.
O objeto de estudo deste campo do conhecimento é a aprendizagem humana e seus padrões evolutivos normais e patológicos.
É necessário comentar que a
Psicopedagogia é comumente conhecida como aquela que atende crianças com
dificuldades de aprendizagem. É notório o fato de que as dificuldades,
distúrbios ou patologias podem aparecer em qualquer momento da vida e,
portanto, a Psicopedagogia não faz distinção de idade ou sexo para o
atendimento.
Atualmente, a Psicopedagogia vem se firmando no mundo do trabalho e se estabelecendo como profissão.
Atualmente, a Psicopedagogia vem se firmando no mundo do trabalho e se estabelecendo como profissão.
O Projeto de Lei 3.124/97 do Deputado Barbosa
Neto que prevê a regulamentação da profissão de Psicopedagogo e que cria o
Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicopedagogia, está em tramitação
na Câmara dos Deputados em Brasília na Comissão de Constituição, Justiça e
Redação.
A regulamentação da profissão ocorrerá para o
nível de especialização e o projeto já foi aprovado na Comissão do Trabalho e
na Comissão de Educação, Cultura e Desporto.
SOBRE A PSICOPEDAGOGIA
Historicamente, segundo BOSSA
(2000, p. 36) os primórdios da Psicopedagogia ocorreram na Europa, ainda no
século XIX, evidenciada pela preocupação com os problemas de aprendizagem na
área médica.
Acreditava-se na época, que os comprometimentos
na área escolar eram provenientes de causas orgânicas, pois procurava-se
identificar no físico as determinantes das dificuldades do aprendente. Com
isto, constituiu-se um caráter orgânico da Psicopedagogia.
De acordo com BOSSA (2000, p. 48),
a crença de que os problemas de aprendizagem eram causados por fatores
orgânicos perdurou por muitos anos e determinou a forma do tratamento dada à
questão do fracasso escolar até bem recentemente.
Nas décadas de 40 a 60, na França, ação do pedagogo era vinculada à do médico. No ano de 1946, em Paris foi criado o primeiro centro psicopedagógico. O trabalho cooperativo entre médico e pedagogo era destinado a crianças com problemas escolares, ou de comportamento e eram definidas como aquelas que apresentavam doenças crônicas com diabetes, tuberculose, cegueira, surdez ou problemas motores. A denominação "Psicopedagógico" foi escolhida, em detrimento de "Médico Pedagógico", porque acreditava-se que os pais enviariam seus filhos com mais facilidade.
Em decorrência de novas descobertas científicas e movimentos sociais, a Psicopedagogia sofreu muitas influências.
Nas décadas de 40 a 60, na França, ação do pedagogo era vinculada à do médico. No ano de 1946, em Paris foi criado o primeiro centro psicopedagógico. O trabalho cooperativo entre médico e pedagogo era destinado a crianças com problemas escolares, ou de comportamento e eram definidas como aquelas que apresentavam doenças crônicas com diabetes, tuberculose, cegueira, surdez ou problemas motores. A denominação "Psicopedagógico" foi escolhida, em detrimento de "Médico Pedagógico", porque acreditava-se que os pais enviariam seus filhos com mais facilidade.
Em decorrência de novas descobertas científicas e movimentos sociais, a Psicopedagogia sofreu muitas influências.
Em 1958, no Brasil surge o Serviço
de Orientação Psicopedagógica da Escola Guatemala, na Guanabara (Escola
Experimental do INEP - Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC). O
objetivo era melhorar a relação professor-aluno.
Nas décadas de 50 e 60 a categoria profissional dos psicopedagogos organizou-se no país, com a divulgação da abordagem psico-neurológica do desenvolvimento humano.
Atualmente novas abordagens teóricas sobre o desenvolvimento e a aprendizagem bem como inúmeras pesquisas sobre os fatores intra e extra-escolares na determinação do fracasso escolar contribuíram para uma nova visão mais crítica e abrangente.
Nas décadas de 50 e 60 a categoria profissional dos psicopedagogos organizou-se no país, com a divulgação da abordagem psico-neurológica do desenvolvimento humano.
Atualmente novas abordagens teóricas sobre o desenvolvimento e a aprendizagem bem como inúmeras pesquisas sobre os fatores intra e extra-escolares na determinação do fracasso escolar contribuíram para uma nova visão mais crítica e abrangente.
LEIS, CÓDIGOS E DIRETRIZES
Código de Ética do Psicopedagogo,
revisado e aprovado em novembro/2011
Projeto de lei nº 3512 DE 2008 -
Deputada Professora Raquel Teixeira
Ministério do Trabalho e do Emprego
- MTE
Integra da lei 10.891 de 20 de
setembro de 2001
Código de Ética
Projeto de lei nº 128/2000 do Dr.
Claury Alves da Silva
Projeto de lei n º 3124/97 do Dep.
Barbosa Neto
ATIVIDADE:
Para Bossa (2000), o psicopedagogo tem muito o que
fazer na escola: Sua intervenção tem um caráter preventivo, sua atuação inclui:
- orientar os pais;
- auxiliar os professores e demais profissionais
nas questões pedagógicas;
- colaborar com a direção para que haja um bom
entrosamento em todos os integrantes da instituição e;
- principalmente socorrer o aluno que esteja
sofrendo, qualquer que seja a causa.
Considerando a fala de Bossa e as leituras
sugeridas, elabore um projeto de atendimento psicopedagógico que pode ser
direcionado aos pais, ou aos professores, ou a direção da escola ou diretamente
ao aluno.
SUGESTÃO
DE LEITURAS:
REFERÊNCIAS BÁSICA:
Barbosa,
LMS. A Psicopedagogia no âmbito da
instituição escolar. Curitiba: Expoente; 2001.
Pichon-Rivière,
E. O processo grupal. São Paulo:
Martins Fontes; 1988.
Visca, J. Clínica psicopedagógica. Epistemologia
Convergente. Porto Alegre: Artes
Médicas; 1987.
Freire,
P. Educação e mudança. Rio de
Janeiro: Paz e Terra; 1981.
Vygotsky, LS. A formação social da mente. São
Paulo: Martins Fontes; 1987.
Rego,
TC. Vygotsky: uma perspectiva
histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes; 1995.
REFERÊNCIAS CONSULTADA:
ABREU, Sueli - Dissertação
de Mestrado "Construindo um Espaço: Ambiente Computacional para Aplicação
no Processo de Avaliação Psicopedagógica
< (Disponível
em: http://www.abpp-rj.com.br/abpp-rj/novo_psicopedagogia_historico.htm>-
Acessado em< 25 de outubro de 2009> -
UFRJ/NCE – 2004
BARBOSA, Laura Monte Serrat. A História da Psicopedagogia contou também
com Visca, in Psicopedagogia e
Aprendizagem. Coletânea de reflexões.
Curitiba, 2002.
BOSSA, Nadia A. A
psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática.
Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
SISTO, F.F. Aprendizagem
e mudanças cognitivas em crianças. Petrópolis,
Vozes, 1997.
RUBINSTEIN,
E. In: SCOZ et al. Psicopedagogia:
contextualização, formação e atuação. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
SILVA,
M. C. A. Psicopedagogia: em busca de uma
fundamentação teórica. Porto Alegre : Artes Médicas, 1998.
VISCA,
Jorge. Clínica Psicopedagógica.
Epistemologia Convergente. Porto Alegre,Artes Médicas, 1987.
___________.
Psicopedagogia: novas contribuições;
organização e tradução Andréa Morais, Maria Isabel Guimarães – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira,1991.
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